15 de dez. de 2009

Para onde olhar?

Artigo do Jornal da Manhã, de  Minas Gerais, sobre olhar para quem você está falando...

link: http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,19915


Olhar pra onde?


Talvez você já tenha passado pela experiência de ficar tímido ou constrangido com o olhar de alguém da plateia enquanto realiza um discurso, palestra ou uma simples exposição de ideias numa reunião. O principal motivo, normalmente, é a paranoia de entender que está sendo julgado. E não é novidade lembrar que ser criticado é sempre muito difícil, por mais que seja para o nosso próprio crescimento. Não só parece como realmente é um pequeno detalhe, mas importante na oratória. Olhares menos ou mais receptivos podem dar um rumo diferente na cabeça de quem fala. É um feedback inevitável e decisivo para o bom desempenho em público. Então, aí vem a pergunta: como administrar essa relação?



É fundamental saber que as pessoas gostam de receber atenção, mas não muito. Distribua seu olhar durante sua oralidade. Divida, mentalmente, o ambiente à sua frente em quatro e, aleatoriamente, direcione seus olhos para sua esquerda, direita, frente e fundo do auditório, preenchido pelo público ou sala de reunião ou até mesmo a mesa do almoço de domingo em sua casa (expor suas ideias em família pode ser, por exemplo, mais desafiador do que em outras situações do trabalho). Procure canalizar suas expressões faciais igualmente para a plateia, mas cuidado: temos uma tendência natural de fixar os olhos para aqueles que nos aprovam ou que achamos que nos aceitam. Isso ocorre porque nos esquecemos que essa expressão simpática não representa, necessariamente, um parecer positivo sobre seu raciocínio. Tem gente que está com uma cara simpática para você e, internamente, reprova o que ouve e o contrário também acontece. A razão óbvia é que, aparentemente, podemos não representar fisicamente o que sentimos ou pensamos a respeito do outro. Ou seja, não leve tão a sério o que o olhar do outro diz à sua lógica. Sei que não é fácil, porém quando damos atenção a uma única pessoa dentre outras, estamos desrespeitando as demais e elas podem compreender o mesmo. Além disso, quem recebe dedicação exclusiva durante a fala do orador também está sujeito a uma conclusão subjetiva e equivocada sobre o comportamento do palestrante. Entendeu? Um ponto imprescindível é você não querer sistematizar a narrativa com gestos padronizados. Segundo a ciência da programação neurolinguística, é normal os olhos se movimentarem rapidamente e em diversos lados para buscar informações armazenadas no cérebro e construir a linha de raciocínio em tempo real. Conclusão: você vai olhar para o “nada” mesmo, mas não deve ser um vício corporal de fuga do confronto com a plateia.


Resignifique seu olhar e amplie sua visão!

(*) publicitário, professor universitário, palestrante e consultor de Marketing

marcos.zani@gmail.com

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